domingo, 23 de julho de 2017

Órgão do Sentido - Tato

O tato é um dos cinco sentidos. O órgão responsável por esse sentido é o maior órgão do corpo humano: a pele. Os mecanismos responsáveis pelo tato estão na segunda camada da pele, a derme. O tato é o primeiro sentido a se desenvolver no embrião humano.
Na pele existem diversos tipos de receptores de estímulos táteis. São esses receptores que recebem e transmitem ao cérebro a sensação de toque. Alguns desses receptores são terminações nervosas livres, que reagem a estímulos mecânicos, químicos e térmicos, sobretudo os dolorosos.
Outros receptores são organizados em forma de corpúsculos, ou seja, são células especializadas que estão em contato com terminações nervosas. Os corpúsculos sensoriais podem ser mecanorreceptores ou termoreceptores.
Mecanorreceptores são responsáveis pela percepção do toque:
Corpúsculos de Meissner - percepção de pressões de frequência diferente.
Discos de Merkel – percepção de movimentações e pressões leves.
Corpúsculos de Vater - Pacini – percepção de pressões. Presentes em grande número na ponta dos dedos.
Corpúsculos de Ruffini - percepção de distensões na pele e calor.
Termorreceptores - são responsáveis pela percepção do calor e do frio, e reagem de acordo ao estimulo externo, seja ele frio ou quente.


Para impedir a sensação de dor durante uma intervenção cirúrgica, um tratamento dentário ou exames invasivos, é usada a anestesia, que pode ser geral (estado de inconsciência); regional, ou peridural (aplicada próximo a medula, sendo que o paciente pode ficar acordado ou não); ou local (apenas na região onde ocorrerá a intervenção). Em qualquer dos casos, a anestesia impede que os impulsos nervosos gerados pelos receptores da dor sejam transmitidos pelos nervos, não chegando, dessa forma, ao cérebro.
O alfabeto Braile, que permite que deficientes visuais leiam por meio do tato, foi criado considerando a capacidade existente na polpa dos dedos de perceber, de uma só vez, cerca de seis impressões táteis.

As partes do corpo mais sensíveis ao toque são as mãos, os dedos dos pés, o rosto, lábios, língua e região genital, tanto masculina quanto feminina.

O corpo humano em movimento

Movimentos de flexão e extensão

Os movimentos de flexão e extensão são encontrados em quase todas as articulações sinoviais, ou completamente móveis, do corpo, incluindo artelhos, tornozelos, joelhos, quadril, tronco, ombro, cotovelo, punho e dedos. A flexão faz com que haja diminuição do ângulo relativo dos segmentos, ou seja, aproximação dos segmentos. Já a extensão faz com que haja aumento do ângulo relativo. 

Movimentos de adução e abdução.

Os movimentos de adução e abdução não são tão comuns quanto à flexão e à extensão, e ocorrem somente nas articulações metatarsofalângicas, do quadril, do ombro, do punho, e metacarpofalângicas. A abdução é o movimento para longe da linha média do corpo ou do segmento. Já a adução é o movimento de aproximação da linha média do corpo ou dos segmentos

Movimentos de rotação interna e rotação externa

As rotações podem ser tanto mediais, também chamadas de internas quanto laterais, também chamadas de externas. Como a linha média atravessa os segmentos do tronco e da cabeça, as rotações nesses segmentos são descritas para a esquerda e para a direita a partir da perspectiva de quem realiza. 
Além desses movimentos, existem termos especializados. Segundo Hamill e Knutzen (1999), essas denominações são para as regiões do tronco, escápula, antebraço, coxa, braço, e pé.
A flexão lateral direita e esquerda é um movimento que se aplica apenas ao movimento da cabeça e do tronco. A cintura escapular tem nome de movimento especializado que pode ser descrito observando-se o movimento das escápulas. O levantamento das escápulas é denominado elevação enquanto que o movimento contrário é denominado depressão. Se as escápulas se movem afastando-se uma da outra, o movimento é denominado protação ou abdução. 
O movimento de retorno das escápulas é chamado de retração ou adução. Além disso, as escápulas podem fazer rotação para cima, no sentido da base da escápula se afastar do tronco e a borda superior move-se no sentido a aproximar-se do tronco. Este movimento denomina-se rotação para cima, e sua volta rotação para baixo. 
No braço e na coxa, as combinações de flexão e adução são denominadas de adução horizontal, e as combinações de extensão e abdução são denominadas de abdução horizontal. Ambas as denominações são realizadas com os membros de forma horizontal ao solo, sendo que a adução aproxima-se da linha média do corpo e a abdução afasta-se da linha média do corpo.
No antebraço, os movimentos de pronação e supinação ocorrem com a sobreposição do rádio sobre a ulna. A supinação é o movimento no qual a palma da mão é voltada para a frente (como na região anatômica de referência), e a pronação, as palmas devem estar voltadas para a parte posterior do corpo. Estes movimentos também podem ser chamados de rotação externa (supinação) e rotação interna (pronação).
No punho, o movimento em direção ao polegar é denominado desvio radial, e em direção ao dedo mínimo é denominado desvio ulnar. Nos pés, os movimentos de flexão e extensão são especializados para flexão plantar dorsiflexão e flexão plantar, respectivamente. Além disso, o pé apresenta outro grupo de movimentos especializados chamados de inversão e eversão, que ocorrem nas articulações intertársicas e metatársicas. 
A inversão do pé ocorre quando a borda medial do pé levanta de modo que a sola do pé vira-se para dentro em direção ao outro pé. Já a eversão é o movimento oposto do pé quando a sola vira-se para fora. 
E finalmente a circundução, que pode ser realizado por qualquer articulação que tenha o potencial em mover-se em duas direções, de modo que se realize um movimento circular.
Para definir os movimentos das articulações e segmentos e para registrar a localização no espaço de pontos específicos no corpo, é necessário um ponto de referência (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997). Hall (2000) indica que a terminologia especializada é necessária, pois é capaz de identificar com exatidão a posição e direções corporais. 
Ao se estudar as várias articulações do corpo e analisar seus movimentos, se convencionou caracterizar de acordo com planos específicos de movimento (THOMAS e FLOYD, 2002). Hamill e Knutzen (1999) e Hall (2000) relacionam a descrição do movimento por meio de um sistema de planos e eixos. Para tanto, três pontos imaginários são posicionados pelo corpo em ângulos retos de modo que façam intersecção no centro de massa do corpo ou centro de gravidade do corpo. O movimento é dito como ocorrendo em um plano específico se estiver ao longo desse plano ou paralelo a ele. Existem três tipos de planos, sendo eles plano sagital, plano frontal e plano transverso. 

Definições dos planos anatômicos de referência

Plano sagital: também conhecido como plano anteroposterior bissecciona o corpo em metade direita e metade esquerda.
Plano frontal: também denominado plano coronal, bissecciona o corpo nas metades anterior e posterior.
Plano transverso: também denominado plano horizontal, bissecciona o corpo nas metades superior e inferior.
Segundo Hall (2000), esses planos imaginários de referência existem apenas em relação ao corpo humano. Se uma pessoa gira, formando um ângulo de 45° para a direita os planos de referência também giram 45° para a direita.
Se o profissional pedir um espacate para seus alunos, este poderá ser realizado tanto no plano sagital, realizando extensão e flexão do quadril, quanto no plano frontal, realizando uma abdução.
Estas diferenças começam a dar indícios de que os movimentos devem ser analisados e descritos com cuidado, mesmo que alguns autores costumem relacionar os movimentos aos diferentes planos no sentido de dizer que no sagital há movimentos de flexão e extensão, no frontal há movimentos de abdução e adução e no transverso, há movimentos de rotação.
Estas informações são corroboradas quando o indivíduo sai da posição anatômica de referência. Por isso, não se deve convencionar que no plano sagital são realizados apenas movimentos de flexão e extensão, no plano frontal apenas movimentos de adução e abdução, e no plano transverso apenas movimentos de rotação interna e externa.
Os mesmos autores indicam que quando um segmento do corpo humano se movimenta, ele roda ao redor de um eixo imaginário de rotação que passa por meio de uma articulação à qual está ligado. Existem três tipos de referência para descrever o movimento humano, e cada um deles é orientado perpendicularmente a um dos três planos de movimento. O eixo frontal, também conhecido como eixo transversal, é perpendicularmente ao plano sagital. 
A rotação no plano frontal se processa ao redor do eixo sagital ou eixo anteroposterior. A rotação no plano transversal ocorre ao redor do eixo longitudinal ou eixo vertical. É importante reconhecer que cada um destes três eixos está sempre associado com o mesmo e único plano – aquele ao qual o eixo é perpendicular.
De forma geral, para analisar o movimento, a dica é observar o mesmo no sentido do seu eixo, ou ainda perpendicular ao plano.

"De qualquer forma, movimentos esportivos demandam análises mais cuidadosas, principalmente por não estarem em apenas um plano".