Movimentos de flexão e extensão
Os movimentos de flexão e extensão são encontrados em
quase todas as articulações sinoviais, ou completamente móveis, do corpo,
incluindo artelhos, tornozelos, joelhos, quadril, tronco, ombro, cotovelo,
punho e dedos. A flexão faz com que haja diminuição do ângulo relativo dos
segmentos, ou seja, aproximação dos segmentos. Já a extensão faz com que haja
aumento do ângulo relativo.
Movimentos de adução e abdução.
Os movimentos de adução e abdução não são tão comuns
quanto à flexão e à extensão, e ocorrem somente nas articulações
metatarsofalângicas, do quadril, do ombro, do punho, e metacarpofalângicas. A
abdução é o movimento para longe da linha média do corpo ou do segmento. Já a
adução é o movimento de aproximação da linha média do corpo ou dos segmentos
Movimentos de rotação interna e rotação externa
As rotações podem ser tanto mediais, também chamadas
de internas quanto laterais, também chamadas de externas. Como a linha média
atravessa os segmentos do tronco e da cabeça, as rotações nesses segmentos são
descritas para a esquerda e para a direita a partir da perspectiva de quem
realiza.
Além desses movimentos, existem termos
especializados. Segundo Hamill e Knutzen (1999), essas denominações são para as
regiões do tronco, escápula, antebraço, coxa, braço, e pé.
A flexão lateral direita e esquerda é um
movimento que se aplica apenas ao movimento da cabeça e do tronco. A cintura
escapular tem nome de movimento especializado que pode ser descrito
observando-se o movimento das escápulas. O levantamento das escápulas é
denominado elevação enquanto que o movimento contrário é denominado depressão.
Se as escápulas se movem afastando-se uma da outra, o movimento é denominado
protação ou abdução.
O movimento de retorno das escápulas é chamado de
retração ou adução. Além disso, as escápulas podem fazer rotação para cima, no
sentido da base da escápula se afastar do tronco e a borda superior move-se no
sentido a aproximar-se do tronco. Este movimento denomina-se rotação para cima,
e sua volta rotação para baixo.
No braço e na coxa, as combinações de flexão e adução
são denominadas de adução horizontal, e as combinações de extensão e abdução
são denominadas de abdução horizontal. Ambas as denominações são realizadas com
os membros de forma horizontal ao solo, sendo que a adução aproxima-se da linha
média do corpo e a abdução afasta-se da linha média do corpo.
No antebraço, os movimentos de pronação e supinação
ocorrem com a sobreposição do rádio sobre a ulna. A supinação é o movimento no
qual a palma da mão é voltada para a frente (como na região anatômica de
referência), e a pronação, as palmas devem estar voltadas para a parte
posterior do corpo. Estes movimentos também podem ser chamados de rotação
externa (supinação) e rotação interna (pronação).
No punho, o movimento em direção ao polegar é
denominado desvio radial, e em direção ao dedo mínimo é denominado desvio
ulnar. Nos pés, os movimentos de flexão e extensão são especializados para
flexão plantar dorsiflexão e flexão plantar, respectivamente. Além disso, o pé
apresenta outro grupo de movimentos especializados chamados de inversão e
eversão, que ocorrem nas articulações intertársicas e metatársicas.
A inversão do pé ocorre quando a borda medial do pé
levanta de modo que a sola do pé vira-se para dentro em direção ao outro pé. Já
a eversão é o movimento oposto do pé quando a sola vira-se para fora.
E finalmente a circundução, que pode ser realizado
por qualquer articulação que tenha o potencial em mover-se em duas direções, de
modo que se realize um movimento circular.
Para definir os movimentos das articulações e
segmentos e para registrar a localização no espaço de pontos específicos no
corpo, é necessário um ponto de referência (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).
Hall (2000) indica que a terminologia especializada é necessária, pois é capaz
de identificar com exatidão a posição e direções corporais.
Ao se estudar as várias articulações do corpo e
analisar seus movimentos, se convencionou caracterizar de acordo com planos
específicos de movimento (THOMAS e FLOYD, 2002). Hamill e Knutzen (1999) e Hall
(2000) relacionam a descrição do movimento por meio de um sistema de planos e
eixos. Para tanto, três pontos imaginários são posicionados pelo corpo em
ângulos retos de modo que façam intersecção no centro de massa do corpo ou
centro de gravidade do corpo. O movimento é dito como ocorrendo em um plano
específico se estiver ao longo desse plano ou paralelo a ele. Existem três
tipos de planos, sendo eles plano sagital, plano frontal e plano
transverso.
Definições dos planos anatômicos de referência
Plano sagital: também conhecido como plano
anteroposterior bissecciona o corpo em metade direita e metade esquerda.
Plano frontal: também denominado plano coronal,
bissecciona o corpo nas metades anterior e posterior.
Plano transverso: também denominado plano horizontal,
bissecciona o corpo nas metades superior e inferior.
Segundo Hall (2000), esses planos imaginários de
referência existem apenas em relação ao corpo humano. Se uma pessoa gira,
formando um ângulo de 45° para a direita os planos de referência também giram
45° para a direita.
Se o profissional pedir um espacate para seus alunos,
este poderá ser realizado tanto no plano sagital, realizando extensão e flexão
do quadril, quanto no plano frontal, realizando uma abdução.
Estas diferenças começam a dar indícios de que os
movimentos devem ser analisados e descritos com cuidado, mesmo que alguns
autores costumem relacionar os movimentos aos diferentes planos no sentido de
dizer que no sagital há movimentos de flexão e extensão, no frontal há
movimentos de abdução e adução e no transverso, há movimentos de rotação.
Estas informações são corroboradas quando o indivíduo
sai da posição anatômica de referência. Por isso, não se deve convencionar que
no plano sagital são realizados apenas movimentos de flexão e extensão, no
plano frontal apenas movimentos de adução e abdução, e no plano transverso
apenas movimentos de rotação interna e externa.
Os mesmos autores indicam que quando um segmento do
corpo humano se movimenta, ele roda ao redor de um eixo imaginário de rotação
que passa por meio de uma articulação à qual está ligado. Existem três tipos de
referência para descrever o movimento humano, e cada um deles é orientado
perpendicularmente a um dos três planos de movimento. O eixo frontal, também
conhecido como eixo transversal, é perpendicularmente ao plano sagital.
A rotação no plano frontal se processa ao redor do
eixo sagital ou eixo anteroposterior. A rotação no plano transversal ocorre ao
redor do eixo longitudinal ou eixo vertical. É importante reconhecer que cada
um destes três eixos está sempre associado com o mesmo e único plano – aquele
ao qual o eixo é perpendicular.
De forma geral, para analisar o movimento, a dica é
observar o mesmo no sentido do seu eixo, ou ainda perpendicular ao plano.
"De qualquer forma, movimentos esportivos demandam
análises mais cuidadosas, principalmente por não estarem em apenas um plano".